Liberdade e produtividade: como equilibrá-las?
Liberdade e produtividade: como equilibrá-las?
Você já trabalhou com algum chato do seu lado? Certamente não há uma pessoa que não tenha vivido a experiência de atuar no ambiente de trabalho com alguém indiscreto ou que não tenha limites perante os colegas. Segundo a psicóloga Kátia Mestriner, 90% das demissões ocorrem por problemas comportamentais. “Está difícil encontrar profissionais que, além da capacidade técnica, também possuam bom desempenho comportamental.”
Em entrevista, o especialista em gerenciamento de tempo e produtividade pessoal, Christian Barbosa, afirma que profissionais que não seguem os limites de conduta da empresa acabam reduzindo a produtividade. “As grandes falhas ocorrem nas utilizações inadequadas da internet, orkut, msn, e-mails e reuniões sem resultado. O ideal é ter foco e saber que, quando perdemos tempo com coisas que não agregam valor, deixamos as coisas verdadeiramente importantes de lado”, diz.
Barbosa afirma que cabe à empresa criar uma política de produtividade para ajudar as pessoas a ganharem tempo no trabalho e a se comunicar de forma mais eficaz. “Sou contra qualquer tipo de rigidez ou excesso de regras nesse processo.” Para ele, o colaborador deve possuir alinhamento com as metas da empresa. “Deve-se trabalhar para reduzir o que for urgente, caso contrário corre-se o risco de demissão e de perder o equilíbrio da vida pessoal e profissional”, ressalta.
Etiqueta
O colega chato é aquele que fala alto, conta piada politicamente incorreta, faz brincadeiras preconceituosas e galanteios machistas/feministas, ou seja, pensa que está em uma mesa de bar. Para a jornalista e especialista em planejamento e qualidade em comunicação, Adriane Werner, este perfil de profissional é cada vez mais comum. “Muitas empresas estão descentralizando e promovendo um ambiente mais descontraído, mas isto não pode transformar o trabalho em um barzinho de esquina”, afirma em entrevista por e-mail ao Boletim.
Para ela, etiqueta nada mais é do que um conjunto de regras, quase sempre tácitas, implícitas, para melhorar a convivência harmônica entre as pessoas. “O manual de regras criado pela empresa deve aproximar os colegas e não afastar”, conta Adriane. É neste momento que a comunicação interna torna-se imprescindível. “Toda organização tem um código de conduta que não está escrito, mas que é exigido dos colaboradores. A maioria dos problemas ocorre em falhas na comunicação”, diz.